Mostrar mensagens com a etiqueta Torres. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Torres. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, março 01, 2024

Torres, opus 6

A americana Mackenzie Scott continua a justificar as singularidades do seu nome artístico: Torres aí está com um sexto álbum de originais intitulado What an Enormous Room. É caso para dizer: eis um espaço, realmente enorme, vocacionado para testar os limites, porventura os excessos, de um rock agreste pontuado por uma nostalgia quase romântica — veja-se e ouça-se Collect.

domingo, agosto 01, 2021

Torres, opus 5

Recordemos: Torres, nome artístico de Mackenzie Ruth Scott, é um patinho feio da paisagem do rock dito independente, longe dos alaridos do marketing, ensaiando derivações subtis e delicadas através de paisagens de envolvente intimismo. A prova? Os seus quatro primeiros álbuns de estúdio: Torres (2013), Sprinter (2015), Three Futures (2017) e Silver Tongue (2020).
Aí está o nº 5, Thirstier, fiel ao espírito dos anteriores, talvez inesperadamente integrando uma energia rítmica mais primitiva ou, pelo menos, dispensando o conforto ambíguo da contenção emocional. O resultado é deliciosamente contagiante, talvez reforçando a sua já clássica filiação no "estilo" de PJ Harvey — mas decididamente consagrando-a como criadora realmente singular, artisticamente madura aos 30 anos de idade (nasceu a 31 de janeiro de 1991, em Orlando, Florida).
Eis dois telediscos de Thirstier Hug From a Dinosaur e o tema-título.



sábado, fevereiro 01, 2020

Torres, opus 4

Torres, nome artístico de Mackenzie Scott (nascida em Orlando, Florida, há 29 anos), é uma artista de muitas referências e nenhum rótulo. O seu rock tem uma marca indie que não o afasta de alguma memória folk, tudo filtrado por uma pudica metodologia confessional. Assim acontece no seu quarto álbum, Silver Tongue, mais de dois anos passados sobre o anterior Three Futures. Exemplo: a canção Dressing America, filmada pela habitual colaboradora Ashley Connor.

I know you like to keep us wondering
I know that you feel every eye on you
In any given room
You tend to keep your kitchen brimming
And when we all go home
The quiet's enough to crack you up

You think that I don't know
That you stay cold
Come on
You're always telling me
"I don't know who you are"
Come on, woman

I tend to sleep with my boots on
Should I need to gallop over dark waters
To you, on short notice

You tend to keep the scales tipping
One steady eye narrowing on a clock
That's spinning out
It's easier for you to insist
That I can't remember
Then to admit
That you can't forget

You think that I don't know
You don't wanna be alone
Come on
You're always telling me
"I don't know who you are"
Come on, woman

I tend to sleep with my boots on
[...]

sexta-feira, outubro 20, 2017

Torres, opus 3

Vem de Nashville e foi uma das revelações de 2013, contava 22 anos: Torres, nome artístico de Mackenzie Scott, pratica um rock primitivo e poético, abstracto e eléctrico. Depois de quase dois anos de silêncio, este Verão deu a conhecer uma nova canção: Skim. Era o primeiro sinal do terceiro álbum, entretanto já lançado: chama-se Three Futures e é uma bela colecção de aventuras de estranha sensualidade — eis o teledisco do tema-título, assinado, tal como o anterior, por Ashley Connor.

I got hard in your car
In the parking lot of the Masonic lodge
We lined the Hudson with our tangents
You trusted me to love your parents

Sunk into my tunnel vision
Sunk into my tunnel vision

I hope that’s what you’ll remember
Not how i left but how i entered
Who didn’t know i saw three futures
One alone and one with you
And one with the love i knew i’d choose

You got me loaded on bergamot perfume
Downstairs in the TV room
You laid the plans and i was quiet

My eyes are trinity divided
My eyes are trinity divided

I hope what you will remember
Is not how i left but how i entered
And not the hope that i’d ?beast?
If we may bring some thing we do

You didn’t know i saw three futures
You didn’t know i saw three futures

One alone and one with you
And one with the love i knew i’d choose

sábado, junho 10, 2017

Torres — corpo a corpo

Alter-ego artístico da americana Mackenzie Scott, Torres não apresentava qualquer nova canção desde Sprinter (2015), o seu magnífico segundo álbum. Valeu a pena esperar: aí está o single Skim, aventura de amor e raiva, num corpo a corpo físico e mental devidamente revisto e encenado através de um belo teledisco realizado por Ashley Connor.

Consider the source of your energy
Do you just hate him
More than you love me?
Never been this sore for alkalinity

There's no unlit corner of the room I'm in
There's no unlit corner of the room I'm in
I'm only the skim of what has already been
I know every tense in which I am nonexistent

Can you probe the ends of the almighty?
Did he hold your hips with authority?
No pride or projection swells like insecurity
If only I could use that to hold you
I'd tell ya, I would use that to hold you

There's no unlit corner of the room I'm in
There's no unlit corner of the room I'm in
I'm only the skim of what has already been
I know every tense in which I cannot exist
There's no unlit corner of the room I'm in
There's no unlit corner of the room I'm in

domingo, agosto 23, 2015

Torres na NPR

Foi a NPR a divulgar em primeira mão os conteúdos do segundo álbum de Torres, Sprinter. Agora, Torres (nome artístico de Mackenzie Scott), esteve nas instalações da rádio pública americana para um dos sempre interessantes 'Tiny Desk Concerts', coordenados por Bob Boilen: são três canções do novo disco — New Skin, A Proper Polish Welcome e The Harshest Light — em ambiente de singular intimidade.

sábado, maio 02, 2015

Torres, opus 2

Mackenzie Scott é de Nashville, mas não faz música country. Com o nome artístico de Torres, foi com um álbum homónimo uma das grandes revelações de 2013. Há uns meses, começou a divulgar temas do seu segundo registo — primeiro Strange Hellos, depois Sprinter. Entretanto, já tem telediscos [aqui em baixo] para essas duas composições. E o novo disco, intitulado Sprinter, é mais uma belíssima proeza de um rock ainda mais agreste, paradoxalmente tocado por um vento lírico — pode escutar-se, na íntegra, nas páginas da NPR.




>>> Site oficial de Torres.

quarta-feira, março 25, 2015

Nova canção de Torres

Sprinter, segundo álbum de Torres, nome artístico de Mackenzie Scott, está anunciado para 18 de Maio. E depois de Strange Hellos, aqui está a canção-título, a provar que a sua condição de grande revelação de 2013 não foi um acidente — indie, quase folk, discretamente pop, som genuíno.

segunda-feira, fevereiro 02, 2015

Torres — à espera do 2º álbum

Estreou-se com um álbum homónimo; acabaria por se impor como uma das grandes revelações de 2013 — Torres, nome artístico de Mackenzie Scott está de volta com Strange Hellos, tema de apresentação do segundo álbum, Sprinter, anunciado para 18 de Maio. Suave no lançamento, agreste no desenvolvimento, pleno de raiva e outras contagiantes emoções.

domingo, dezembro 29, 2013

Os melhores discos de 2013 (J. L.)

ARCHY MARSHALL (nome artístico: King Krule)
* OS VELHOS. ... lembro-me quase sempre do mau humor de Jean-Paul Belmondo, em O Acossado (1959), de Jean-Luc Godard — numa cena de rua, quando uma jovem lhe tenta vender um exemplar dos Cahiers du Cinéma, sugerindo que, por certo, ele não tem nada contra a juventude, Belmondo responde: "Sim, gosto muito dos velhos".
Este ano, musicalmente, houve muitas e gratas razões para continuar a gostar dos velhos, a meu ver quase sempre mais genuínos e verdadeiros que muitas sofisticadas "imitações" pós-modernas, tão seriamente profissionais quanto emocionalmente inócuas. Lembro, por isso, as proezas de John Fogerty (Wrote a Song for Everyone), Paul McCartney (New) ou David Bowie (The Next Day); ou o monumento de relíquias esquecidas e recuperadas de Eric Clapton (Give Me Strength: The '74/'75 Recordings); ou ainda as novas aventuras de veteranos, embora de uma geração posterior, como The Flaming Lips (The Terror) e Nine Inch Nails (Hesitation Marks); além de que, last but not least, 2013 voltou a ter Beatles (On Air - Live at the BBC Vol. 2)!

* OS NOVOS. Dito isto, não posso deixar de reconhecer que a imagem corrente da juventude, combinando ridicularização mental e indiferença social (como é possível a MTV ter chegado tão baixo?...), foi sendo compensada e, sobretudo, corrigida pela simples e maravilhosa verdade do talento realmente jovem. É verdade: dos álbuns que fui escutando (e não tenho, nem de longe nem de perto, a pretensão de ter acedido a tudo, nem sequer a tudo o que, à partida, suscitava a minha curiosidade), muitos dos que me tocaram têm assinatura de gente muito nova, admiravelmente criativa.
Para mim, de facto, alguns dos grandes momentos musicais de 2013 foram de nomes estreantes. Daí a minha proposta, naturalmente instintiva e nada científica, de um top de primeiros álbuns — não sei se foram os "melhores", mas atrevo-me a pensar que a alegria de continuar a fazer música (velha, nova ou sem calendário) passa por aqui.

1 - 6 FEET BENEATH THE MOON, King Krule.


[Canção: EASY, EASY] Archy Marshall nasceu em Londres, usa o nome artístico King Krule e canta num registo de elaborado dramatismo que alguns incluem nos domínios da chamada neo-soul; o seu primeiro álbum foi editado a 24 de Agosto de 2013, dia do seu 19º aniversário.

2 - IF YOU WAIT, London Grammar.


[Canção: NIGHTCALL] Paisagens pop, horizontes electrónicos, alguma contaminação trip hop, dois rapazes (Dan Rothman, guitarra; Dot Major, piano, bateria e tudo o que for necessário) e uma rapariga (Hannah Reid, vocalista de serena teatralidade): são de Londres, of course.

3 - SAN FERMIN, San Fermin.


[Canção: DAEDALUS] San Fermin? O festival de Pamplona? O álbum tem um touro na capa, mas a banda é a cena de trabalho de um compositor de Brooklyn, Ellis Ludwig-Leone, ex-assistente de Nico Muhly: sofisticação pop reescrita, em apoteose, como monumento sinfónico.

4 - SILENCE YOURSELF, Savages.


[Canção: HUSBANDS] Londres, outra vez. É um quarteto feminino que abraçou as radiosas angústias do pós-punk e soa como se o mundo tivesse começado ali (ou acabado, tanto faz...). A vocalista, Jehnny Beth, é de facto francesa e chama-se Camille Berthomier. C'est la vie.

5 - PURE HEROINE, Lorde.


[Canção: TENNIS COURT] Ninguém escapou a Royals, o single que fez de Lorde uma espécie de Miley Cyrus em versão alien. É bastante melhor, digo eu. E não vem de Londres: nasceu na Nova Zelândia, tem 17 anos e no seu BI consta o nome Ella Maria Lani Yelich-O'Connor.

6 - AMOK, Atoms for Peace.


[Canção: DEFAULT] Aviso à navegação: é o joker desta selecção. Porque é um primeiríssimo álbum, mas de uma banda de experts reunidos por Thom Yorke, incluindo o produtor Nigel Godrich e Flea, dos Red Hot Chili Peppers. Mas não será que soa um pouco a Radiohead? Não um pouco... Muito!

7 - TORRES, Torres.


[Canção: HONEY] Será que podemos, ou devemos, falar de maturidade aos 22 anos? Torres chama-se, de facto, Mackenzie Scott e vem de Nashville. Em todo o caso, as suas raízes não estão exactamente no country, mas num rock primitivo, feminino, apaixonado e apaixonante.

8 - SING TO THE MOON, Laura Mvula.


[Canção: THAT'S ALRIGHT] Diz-se influenciada pelo som das Eternal. As profundezas da soul e as nuances do R&B ressurgem, cristalinas e sensuais, na voz desta intérprete inglesa, natural de Birmingham. Passou pelo coro de uma igreja, o que, bem entendido, só lhe fez bem.

9 - DAYS ARE GONE, Haim.


[Canção: FALLING] Beach Girls? As três irmãs Haim são da Califórnia (Los Angeles) e praticam uma pop tão visceral quanto versátil, a que tem sido reconhecida a influência dos Fleetwood Mac. Elas preferem evocar as Destiny's Child, o que talvez seja outra maneira de dizer o mesmo.

10 - 180, Palma Violets.


[Canção: LAST OF THE SUMMER WINE] Provavelmente, como num filme dentro de um filme, não saímos do mesmo sítio. Ou seja: ainda de Londres, aí estão os Palma Violets, senhores de um garage rock puro e duro, sem desculpas nem modernices — e quem vier atrás que feche a porta.

sábado, janeiro 05, 2013

Torres, diz ela

Estranhas ambivalências dos nomes. Mackenzie Scott, por exemplo. Faz-se uma pesquisa (Google ou YouTube, por exemplo) e quase todas as opções nos empurram para Scott McKenzie (1939-2012), lendário criador desse hino dos sixties que foi San Francisco... Além do mais, quem está por trás de tal nome? Masculino? Feminino? A questão enreda-se um pouco mais quando tentamos encontrar alguma pista através do respectivo cognome artístico: Torres! E o Google, obviamente bem formado nas maravilhas da Premier League inglesa, remete-nos abundantemente para Fernando Torres, o jogador do Chelsea e da selecção espanhola...
Enfim, não compliquemos mais as já complicadas auto-estradas da informação em que, com mais ou menos gratificação, nos movimentamos. E registemos o mais básico: Mackenzie Scott é uma mulher, tem 22 anos, compõe e interpreta as suas canções a partir de Nashville. Sonoridades country? Aparentemente, não. O seu alter-ego artístico — Torres, justamente — será conhecido mais em pormenor a 22 de Janeiro, através do lançamento do álbum de estreia intitulado... Torres. Um primeiro tema faz-nos supor que Mackenzie, Torres ou algum fenómeno que nela encarnou teve uma vida prévia, longa e longamente amadurecida, num planeta de serena utopia musical: Honey é uma canção de admirável depuração formal e delicada intensidade emocional — parece começar como uma suave balada, desembocando numa dramática sonata em quatro andamentos.