Mostrar mensagens com a etiqueta Agricultura. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Agricultura. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, maio 06, 2015

Agricultura: ditames europeus e opções nacionais


• Luís Capoulas Santos, Agricultura: ditames europeus e opções nacionais:
    «(…) A agricultura rege-se pelos ciclos lentos da natureza e os resultados só são visíveis a longo prazo. Começa a ver-se, hoje, o que foi sendo semeado ao longo de três décadas, quase sempre com desconfiança, senão mesmo hostilidade, por uma boa parte dos "média".

    Causa-me, por isso, alguma tristeza constatar que, depois de tantas e tão penosas horas de negociações, no preciso momento em que é concedida aos Estados-membros da União uma margem de manobra de decisão nacional antes inimaginável, a mesma não seja utilizada pelo atual governo de Portugal para introduzir fatores de maior justiça e equidade entre os agricultores portugueses, durante tantos anos reclamados e não concretizadas, com o preciso argumento de que os ditames de Bruxelas o não permitiam.»

domingo, março 29, 2015

Sevinate Pinto (1946-2015)

Faleceu Armando Sevinate Pinto. Socorro-me das palavras de Augusto Santos Silva: «Era um profundo conhecedor da agricultura e do mundo rural e um defensor convicto e equilibrado do seu desenvolvimento. Vai fazer-nos bastante falta.» Ainda há cerca de um mês e meio, havia publicado A mais recente "fotografia" da agricultura (artigo do Público citado pelo CC).

O Eng. Sevinate Pinto estava afastado da actividade política desde que assinou o Manifesto dos 74, uma vez que então o Presidente da República o exonerou das funções de Consultor para os Assuntos Agrícolas e Mundo Rural da Casa Civil da Presidência.

sábado, março 21, 2015

A nação inteira a abdicar de si própria

• Afonso Camões, A nação inteira a abdicar de si própria:
    «A ministra Assunção Cristas não teve agenda para estar hoje na conferência que assinala, em Proença-a-Nova, o Dia Mundial das Florestas. É pena. Ali, de mais alto e mais longe, é que se vê melhor como só um país de ricos, deslumbrados ou mal governados vota ao abandono a metade interior de si mesmo.

    (…)

    As áreas de matos e incultos representam quase dois milhões de hectares, o equivalente a um quarto do território nacional. E, no entanto, temos temperaturas, humidade e solos que podem fazer de Portugal um grande produtor florestal. Também já temos - das universidades aos gabinetes ministeriais - estudos e informação suficientes sobre as espécies mais adequadas a cada parcela do território. O que nos falta é planeamento, uma estratégia nacional e coragem política para a conduzir. (...)»

terça-feira, março 03, 2015

Fechar o departamento de vendas para poupar
é uma estratégia suicida

• Manuel Caldeira Cabral, Fechar o departamento de vendas para poupar é uma estratégia suicida:
    «Portugal não vai estar na Expo Universal de Milão, que começa em 1 de Maio de 2015. A razão parece estar entre a descoordenação e a falta de visão do Governo português. Se Portugal fosse uma empresa, eu diria que esta estratégia parece ser a de cortar no departamento comercial porque a empresa está a vender pouco. A ausência de Milão é uma machadada nas expectativas dos sectores agro-alimentar e do turismo. Mas é sobretudo a perda de noção da posição que Portugal tem de ter no mundo.

    Portugal teve em 2014 o ano de menor crescimento das exportações desde 2009. Neste ano de arrefecimento do crescimento, as exportações agro-alimentares e o turismo foram as duas excepções mais importantes, destacando-se com um bom crescimento.

    O tema da exposição de Milão - Alimentar o planeta, que a poderosa indústria agro-alimentar italiana quer aproveitar como montra dos seus produtos - fez com que a CAP, já classificasse a ausência portuguesa como uma oportunidade perdida.

    Mas a perda desta oportunidade não afecta apenas o sector agrícola. Estes eventos são também importantes oportunidades para conquistar turistas. O número de turistas italianos foi, curiosamente, um dos que mais cresceu em 2014, e entre os grandes países europeus este é ainda o mercado menos explorado. Para além disso, esta exposição, que espera ter 20 a 25 milhões de visitantes, será certamente visitada por milhões de franceses, alemães, entre outros. Onde esteve a AICEP? Quem é que se distraiu no turismo de Portugal? (…)»

domingo, fevereiro 15, 2015

A mais recente "fotografia" da agricultura

Armando Sevinate Pinto, consultor de Cavaco Silva até ao dia em que assinou o Manifesto dos 74, faz uma "fotografia" da agricultura com os dados do INE.

segunda-feira, setembro 22, 2014

Portugal entre o velho e o novo


• Leonel Moura, Tomates e caracóis:
    «(…) De qualquer modo em Portugal estamos, como é habitual, atrasados. A inércia da tradição, o bloqueio administrativo que leva a que se esperem anos por uma simples licença, e, sobretudo, a falta de visão política, dificultam a evolução inevitável.

    A este propósito recordo o salto notável que se deu no desenvolvimento das energias renováveis, pela mão do tão odiado governo Sócrates, passando o país de importador a exportador em menos de uma década. Com a oposição dos sempre céticos, dos ignorantes e dos interessados na energia nuclear, Portugal tornou-se pioneiro nesta decisiva área para o nosso futuro comum.

    A produção alimentar precisa do mesmo tipo de visão e determinação. Não será com o atual governo e sua estratégia de empobrecimento e atraso. Esperemos que o próximo já viva no século 21.»

sexta-feira, abril 25, 2014

Quarenta anos depois — Emprego por sectores de actividade

INE, 25 de abril: 40 anos de estatísticas

Nos 42 anos em análise, assiste-se a uma clara tendência para um forte acréscimo da população empregada no sector terciário em detrimento do sector primário. Neste período, o sector terciário duplicou o seu peso, que registava 35,6% em 1970 da população activa e 70,5% em 2011. Já o sector primário caiu drasticamente de 30,3 % em 1970 para 3,1% em 2011. No sector secundário, verificou-se algum acréscimo nos anos 70, tendo gradualmente diminuído o seu peso nos anos que se seguiram, contando em 2011 com 26,5% da população activa.

sexta-feira, setembro 13, 2013

Ainda que mal pergunte… [157]


Ao ver que a ministra da Agricultura decidiu hoje constituir um grupo de trabalho com o objetivo de avaliar a necessidade de alterações legislativas ou regulamentares, pode deduzir-se que a senhora é nova no cargo ou que ainda anda às apalpadelas a conhecer os cantos à casa?

segunda-feira, agosto 19, 2013

domingo, junho 30, 2013

Identificados os bloqueios políticos da sociedade portuguesa

— Ó Pedro, quem diria que cairíamos
os dois em simultâneo?!

O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal, João Machado, alerta para o risco de não haver concertação social. Eis duas passagens da entrevista que deu à TSF e ao DN:
    ‘Há um risco claro de na Concertação Social não haver nenhuma concertação, porque todos [associações patronais e sindicatos] falam a uma voz e o Governo fala com outra voz. E, neste momento, de facto não há um ponto comum em termos dos trabalhos da Concertação Social e o Governo.”

    “Acho que o Presidente da República tem talvez estado demasiado silencioso e que, nessa matéria, a avaliação que os portugueses fazem hoje da sua actuação não é uma avaliação muito positiva, como se vê pelas sondagens.”

domingo, junho 23, 2013

A mistela ideológica da direita sobre a crise


O Público traz hoje um artigo assinado por Victor Baptista, que se apresenta como economista e ex-deputado do PS. O nome não me é estranho. As premissas e alguns argumentos são-no. Com efeto, não se pode discorrer com seriedade sobre a economia portuguesa se designadamente se omitir:
    • Os efeitos de uma série de choques externos que acentuaram os seus desequilíbrios;
    • A consolidação orçamental obtida até 2008, quando eclodiu a maior crise desde a Grande Depressão;
    • O efeito do alargamento do perímetro de consolidação orçamental, passando a abarcar responsabilidades do tempo do cavaquismo (ou anteriores);
    • A circunstância de, em 2010 e 2011, os gastos públicos terem descido mais do que o consumo privado, mas o emprego na indústria transformadora e na agricultura terem aumentado, ao contrário do que aconteceu depois.

Muito haveria a dizer sobre este pequeno texto. Basta no entanto ver que nele se atribui o crescimento da dívida ao investimento público, que tem vindo a cair, omitindo o efeito da quebra das receitas fiscais (e dos estabilizadores automáticos) em resultado da crise. E nem uma palavra se diz sobre a necessidade de estimular a procura interna: admitindo que seriam adoptadas apenas as medidas preconizadas de apoio às PME, aumentando-se a oferta de bens e serviços, quem teria condições para os comprar?

Não invocar o nome de Seguro em vão deveria ser uma máxima que alguns deveriam interiorizar — sobretudo quando fazem sua a mistela ideológica da direita sobre a crise.

segunda-feira, junho 10, 2013

No dia em que Cavaco arrasou a teoria da década perdida

Perguntar não ofende:
    • Cavaco só descobriu agora que era falso o discurso que Portas fazia sobre o alegado abandono da Agricultura ou esqueceu-se de o dizer quando o governo era outro?

    • E, já agora, este reconhecimento pelo Presidente da República do progresso alcançado num sector tão importante para as contas externas não revoga a teoria da década perdida do seu próprio discurso de posse?

quinta-feira, maio 16, 2013

Exportações, emprego e emigração,o caminho do mau reequilíbrio

• Manuel Caldeira Cabral, Exportações, emprego e emigração (que merece ser lido na íntegra):


    ‘O caminho de reequilíbrio ideal passaria por aumentar a produção, e para isso aumentar o investimento, em particular nos sectores transaccionáveis, para que aumentassem as exportações. O ajustamento teria de passar não apenas pelo aumento da produção de transaccionáveis e pelo aumento do investimento, mas também pela redução dos gastos públicos e do consumo. O reequilíbrio externo seria feito tanto pelo aumento das exportações como pela redução das importações.

    Isso foi o que aconteceu entre 2010 e 2011. Os gastos públicos desceram mais que o consumo privado. O PIB caiu, o desemprego aumentou, mas a produção e o emprego na indústria transformadora e na agricultura aumentaram. Não se estava a seguir um ajustamento fácil, mas estava-se a caminhar no sentido correcto.

    No último ano, o ajustamento económico em Portugal não só está a ser mais duro, mas não está sequer a seguir no sentido correcto. O Investimento, que devia estar a aumentar, está a cair. O emprego nos sectores transaccionáveis, que devia estar a aumentar, está não só a cair, mas a cair de forma muito mais acentuada do que o emprego nos sectores não transaccionáveis – ver quadro.

    Os dados de Março também revelaram que as exportações, que deviam estar a aumentar, estão a cair. O reequilíbrio externo que, em 2010 e 2011, se estava a fazer mais pelo aumento das exportações do que pela redução das importações, está-se a fazer agora apenas pela redução das importações.

    Mesmo no que toca ao reequilíbrio da despesa interna, ao contrário do que aconteceu em 2010 e 2011, em 2012 a queda do consumo privado foi superior à queda dos Gastos públicos, situação que se deverá repetir no corrente ano. Os privados estão a fazer mais pelo ajustamento do que o Estado.

    O principal problema que o país enfrenta neste momento não é a instabilidade dentro do Governo, nem a lentidão a que se está a processar a consolidação, é o facto de as medidas socialmente muito duras que estão a ser impostas não estarem a gerar o ajustamento da economia no sentido necessário. Portugal precisa de investir mais, produzir mais e exportar mais. E nada disto está a acontecer.’