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terça-feira, novembro 27, 2012

Mão de Relvas (agora na frente interna)

18 deputados do PSD prepararam uma declaração de voto muito crítica em relação ao Orçamento do Estado para 2013. Note-se que deste grupo constavam todos os deputados do PSD que fazem parte da Comissão de Economia e Finanças da Assembleia da República (com excepção de Matos Rosa, secretário-geral, e do inenarrável Pedro Pinto, vice-presidente).

Do texto da declaração de voto constavam expressões como o “enorme” aumento de impostos e “o definhamento da economia portuguesa” ou trechos em que se refere que, com “as alterações fiscais propostas no OE/2013, o esforço fiscal relativo subirá para mais de 20% acima da média europeia no próximo ano” e que “contribuirá para a manutenção da recessão que desde 2011 se verifica”.

É o momento em que entra em cena, segundo afirma hoje o DN, o Dr. Relvas que, coadjuvado pelo líder parlamentar do PSD, dá a volta ao texto, cortando as expressões e os parágrafos mais polémicos, e tornando-o numa declaração de voto inócua. E para que não subsistissem dúvidas, pôs todos os deputados do PSD a subscrever, em fila indiana, a inofensiva declaração de voto.

Nunca se tinha visto algo assim: o principal partido que apoia o Governo a apresentar em bloco uma declaração de voto aquando da aprovação do Orçamento do Estado para 2013.

O DN (num texto de Paula Sá) publica uma imagem que dá ideia dos cortes que o Dr. Relvas mandou fazer na declaração de voto dos 18 deputados (e que estes admitiram que se concretizasse):

sexta-feira, outubro 26, 2012

Avivar a memória

Fernanda Câncio, Leite com chocolate:
    ‘(…) quando o País, na retórica atual do PSD, balançava indefeso à beira da bancarrota, os sociais-democratas não só obstaculizavam estas racionalizações de recursos como bradavam (ouve-se ainda o eco indignado) contra qualquer aumento de impostos ou baixa das deduções fiscais. Rasgavam as vestes ante a proposta de aumento do IVA em produtos alimentares tão essenciais e saudáveis como os refrigerantes e o leite com chocolate - os mesmos que nem um ano após anunciavam o aumento do da restauração para 23%. E os autointitulados democratas cristãos, o que guinchavam, no fim de 2010, com o congelamento das pensões? Ainda zumbe nos ouvidos. Mas ei-los, no OE 2012, a aprovar, sem tugir, o esbulho de dois subsídios aos pensionistas (e no OE 2013 o de um subsídio mais um corte médio de 5% mais o maior aumento de impostos da história).

    Se foi assim que PSD e PP agiram quando, é pacífico na cartilha dos partidos no poder, o País até já devia ter pedido um resgate e tudo, como terá sido nos anos anteriores? Que propostas fizeram, de 2005 a 2011, para combater o que apelidam de "criminoso despesismo do Estado"? Como votaram diplomas governamentais visando conter a despesa pública ou racionalizar recursos?

    Ah pois é. Portanto, de cada vez que um ministro, secretário de Estado ou deputado do PSD ou do PP se erga para mais uma catilinária contra o anterior governo pelo "estado a que isto chegou" na vã tentativa de nos distrair das enormidades do atual, gritemos todos, a plenos pulmões: "Leite com chocolate." É mais elegante que aldrabões e tem a vantagem de avivar a memória.’

terça-feira, julho 31, 2012

No princípio era o Verbo

Durante mais de um ano anunciou dezenas de medidas ao sabor das manchetes do Correio da Manha. Perdida no seu labirinto, Paula Teixeira da Cruz voltou agora ao princípio: a aprovação das orgânicas dos serviços que tutela (1, 2, 3, 4, 5, 6…). A revolução terá de esperar.

sexta-feira, julho 27, 2012

“Que se lixem as eleições”


Admitindo que PPC não é um caso de síndrome de Tourette onde está então o problema da utilização, fora de contexto, da linguagem ordinária que caracteriza o discurso político deste Primeiro-ministro?

É que, como disse e bem Aristóteles, no discurso está sempre presente o ethos do orador e, por isso,
Pois… Foi no que deu a aliança entre um leitor de obras inexistentes de Sartre e um especialista lusófono em ciência política a quem, certamente, certificaram as leituras de Aristóteles…

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¹ Lamento mas não tenho aqui à mão uma versão em português.