Mostrar mensagens com a etiqueta PNR. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta PNR. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, setembro 04, 2013

É oficial: o PS não concorre em Cascais


Apresentemos as personagens desta farsa pela ordem de entrada em cena: João Cordeiro, Ramalho Eanes e Carlos Moreno.

João Cordeiro, presidente da Associação Nacional de Farmácias durante longos anos, opôs-se a todas as medidas propostas ou adoptadas pelo PS para robustecer o Serviço Nacional de Saúde na área do medicamento.

Ramalho Eanes, depois de inúmeras peripécias, fez do seu segundo mandato presidencial a rampa de lançamento para a criação de um partido político — o PRD — destinado a combater o PS, vendido depois aos “nacionalistas” que o transformaram no PNR. Só voltou a dar sinais de vida quando foi anunciado que obtivera um “doutoramento” numa universidade do Opus Dei (cuja tese era uma enorme resenha de recortes da imprensa) e quando assumiu a presidência da “comissão de honra” das candidaturas de Cavaco à presidência da República.

Carlos Moreno foi juiz do Tribunal de Contas. Abandonou a instituição logo a seguir à derrota da malograda Dr.ª Manuela em 2009. Era o sonho de uma vida que se esboroava: ele que nunca conseguira, apesar de várias tentativas, ser eleito vice-presidente do Tribunal de Contas pelos seus pares, tinha a promessa de que chegaria a presidente. A sua carreira foi feita à sombra do cavaquismo (um cargo na “Europa”, a direcção da Inspecção Geral de Finanças…). O CC foi surpreendido várias vezes pelas auditorias a que Moreno apunha a sua assinatura, várias das quais obrigaram outros juízes a declarações de voto nas quais desmontavam as alucinações constantes dos relatórios produzidos.

Acontece que João Cordeiro foi escolhido pelo PS para candidato à presidência da Câmara Municipal de Cascais, Ramalho Eanes para mandatário da candidatura (não aceite pelo tribunal por não residir naquele concelho) e Carlos Moreno para participar em colóquios do PS de Cascais.

Ora, como disse Ferro Rodrigues aquando da escolha de João Cordeiro, “se não se respeitar a memória dos combates do passado, será difícil mobilizar para os combates do presente e do futuro”.

Pode um grande partido como o PS não se apresentar às eleições autárquicas num concelho como Cascais? Não pode evidentemente, mas é o que está a acontecer. É oficial: o PS não apresenta candidatura em Cascais nas eleições autárquicas.

segunda-feira, agosto 20, 2012

Da acefalia à bicefalia?

• Tomás Vasques, Está o Bloco bloqueado?:
    ‘Francisco Louçã, o mais antigo dirigente partidário português no activo (LCI, PSR e BE), por iniciativa própria ou por pressão interna, vai abandonar a liderança do seu partido, cargo que, entre os bloquistas, se designa eufemisticamente de “porta-voz”. Esta anunciada saída só pode ser entendida como o reconhecimento de que o antigo líder trotskista, depois de ter protagonizado o crescimento eleitoral do Bloco, passou a ser um estorvo para o seu partido, como o demonstrou a estrondosa derrota eleitoral nas últimas eleições legislativas, que reduziu os bloquistas a metade dos votos e dos deputados.

    O Bloco de Esquerda é uma das duas inovações que arejaram o quadro partidário saído do 25 de Abril, ambas com o mesmo objectivo: disputar o “espaço” eleitoral do Partido Socialista. A primeira inovação – o Partido Renovador Democrático, confeccionado no Palácio de Belém por Ramalho Eanes – conseguiu obter 18% dos votos e 45 deputados nas eleições legislativas de 1985, quase igualando o PS. Contudo, este resultado foi o “canto do cisne” que antecedeu o “desastre” eanista: anos depois, após obter 0,65% dos votos, em 1991, o PRD foi comprado – literalmente – por um grupo de extrema-direita, o Movimento de Acção Nacional. Nesta altura, as tentativas de Francisco Louçã para afirmar eleitoralmente o “socialismo de esquerda” resultaram em grandes fracassos eleitorais. Em 1983, o seu partido de então – o PSR – coligou-se com a UDP e obteve 0,44% dos votos expressos. Foi preciso esperar 15 anos para que, em 1999, aparecesse o Bloco de Esquerda – a velha coligação do PSR e da UDP, a que se juntaram alguns dissidentes do PCP agrupados à volta de Miguel Portas. O novo partido elegeu, então, dois deputados. Em dez anos, de 1999 a 2009, o Bloco cresceu de 2,4% para 10%, ultrapassando os comunistas.’