Mostrar mensagens com a etiqueta Teorias económicas. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Teorias económicas. Mostrar todas as mensagens

quarta-feira, abril 02, 2014

Da luta ideológica nas universidades


A edição de amanhã do diário Le Monde dá conta de um debate importante que ocorre neste momento em França sobre o ensino da economia: Profs d’économie: néoclassiques 1 – hétérodoxes 0.

Estão a ser questionados os métodos de selecção e recrutamento dos professores, que permitiram ao pensamento neoclássico tornar-se dominante nas universidades. Para isso contribuiu um filtro determinante nas provas de acesso: “La bibliométrie, c'est-à-dire le nombre et l'impact des publications et des citations des articles du candidat, est déterminante. Les revues scientifiques sont elles-mêmes savamment classées par le CNRS en quatre catégories, dont la plus prestigieuse est nommée «1», voire «1*». On n'y trouve que des revues de pensée néoclassique. «Il faut publier dans des revues économétriques que personne ne lit, alors que l'écriture d'un livre, même s'il a un retentissement important, ne compte pour rien», déplore M. Batifoulier, qui a choisi de médiatiser son cas et de le porter en justice. Dans sa décision du 28 novembre 2013, le Conseil d'Etat a rejeté sa requête en annulation, estimant que, le formalisme de la procédure ayant été respecté, «il n'appartient pas au juge de contrôler l'appréciation faite par un jury de la valeur des candidats».”

Isto explica o recrutamento preferencial dos professores que se atêm à teoria neoclássica, como se pode ver pela infografia acima reproduzida.

quinta-feira, junho 27, 2013

Repetir erros

• Pedro Braz Teixeira, Repetir erros:
    ‘Mais do que um debate científico, esta divergência passou a ser, na sua essência, um confronto ideológico, entre o mercado e o Estado. A honestidade intelectual foi substituída pela ideologia, de forma mais nítida do lado neoclássico. A desonestidade intelectual que se seguiu, pretendendo forçar a realidade a conformar-se à teoria, levou alguns partidários da teoria neoclássica a defender a ideia - totalmente escandalosa - de que o desemprego durante as recessões resultava das decisões voluntárias dos desempregados.

    Infelizmente, a "teoria" neoclássica domina hoje os principais centros de poder, sobretudo os bancos centrais, forçando medidas inconcebíveis, contra toda a evidência empírica. A economia tornou-se, nos dias de hoje, uma das matérias mais anticientíficas, em que todas as experiências concretas que rejeitam a ideologia dominante vigente são ignoradas e vilipendiadas.

    O extraordinário fracasso do mercado, em particular no sector financeiro, tem sido desvalorizado de uma forma inexplicável. Mais ainda, os modelos neoclássicos têm produzido previsões totalmente erradas (a austeridade virtuosa), enquanto os modelos neokeynesianos se têm comportado muito bem durante a crise.’