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sexta-feira, novembro 16, 2012

'Quem nos condena a "passar pelo desemprego" como quem diz "o que arde cura" e "se morreres, morreste" não arrisca passar por nós sem boa proteção'

Fernanda Câncio, Portugal já arde?:
    ‘Foi uma semana em cheio. Aquela em que o Governo assumiu o Estado de sítio ao receber Merkel num forte e não na sede do Governo, para em sua augusta presença jurar que queremos muito fazer do trabalhador português um alemão, e que, portanto, os insultos mentirosos que a chanceler disse na terra dela sobre os povos do Sul, e que a própria imprensa alemã desmentiu, para o Executivo português são verdade e inspiração. Aquela de uma greve geral em que o PM chamou cobardes aos grevistas, ao elogiar a coragem dos que trabalham, enquanto reconhecia ter ficado surpreendido com a brutalidade dos números do desemprego para logo nos sossegar com o facto de ter "corrigido" as previsões: espera que ele suba mais, porque é algo "por que temos de passar". Aquela em que Passos, ao discursar na inauguração de uma fábrica que ardeu, a comparou ao país para nos certificar de que não estamos enganados: temos um PM que sonha com uma reconstrução radical a partir de escombros fumegantes, um glorioso amanhã que cantará depois de todo o desemprego e pobreza todos por que temos de passar até que, milagre, dos portugueses nasçam alemães - ou lá o que é.’

União ou divisão?

• Mariana Vieira da Silva, União ou divisão?:
    ‘Esta greve procura uma dupla solidariedade. Solidariedade dos que ainda podem fazer greve e que, perdendo (mais) um dia de salário, protestam. E solidariedade, também, dos que, prejudicados pela greve, acrescentam à sua fragilidade mais um problema e ainda assim compreendem. Ao contrário do que os discursos divisionistas do PR e do PM procuraram alimentar, a greve geral serve para unir o esforço dos que (ainda) podem fazer greve aos esforços dos que não podem, dos que trabalhamem precariedade, dos tantos que não têm emprego.

    Mas o principal ganho desta greveé decididamente ser uma greve internacional, em simultâneo em Portugal, em Espanha e noutros países europeus. Percorrendo os principais jornais internacionais vemos referências à greve da Europa do sul, à união europeia dos sindicatos contra a política de austeridade. O que esta greve mostra é que os sindicatos e os trabalhadores já compreendem que a Grécia é Portugal, que Portugal é a Espanha, e que, estando unidos nas políticas de austeridade europeia, estão unidos nos resultados. E que, por já compreenderem que a crise é europeia, estão unidos na greve. Por enquanto ainda são os únicos.’

quinta-feira, novembro 15, 2012

Com um Presidente em serviços mínimos

Na sua linha habitual de prestação de serviços mínimos, Cavaco Silva veio elogiar a intervenção da polícia na Assembleia da República. O costume… O Presidente da República bem podia dispensar a Casa Civil e a Casa Militar e contratar alguém que lhe enviasse os telegramas de felicitações e de pêsames que chegava e sobrava. Para os discursos do 25 de Abril, do 10 de Junho e do 5 de Outubro, sempre poderia pedir a ajuda de António Barreto ou, em caso de doença deste, ao tradutor Graça Moura.

Não tivéssemos um Presidente da República em serviços mínimos, talvez se justificasse fazer estas perguntas:
    1.º Por que demorou mais de uma hora a polícia a intervir, quando, feita mais cedo, poderia ter sido menos violenta?
    2.º Por que não foi permitido aos advogados contactar os clientes durante mais de uma hora, a pretexto de que estava a ser elaborado o expediente?
    3.º Por que razão foram detidos manifestantes relativamente aos quais não foi feita acusação nenhuma?

Na falta de um Presidente da República, talvez o Senhor Provedor de Justiça, que tem uma formação democrática, possa fazer estas perguntas. Será assim?

quarta-feira, novembro 14, 2012

O sinalagma do Estado de sítio




















Lisboa, 14 de Novembro de 2012

Orçamento da Administração Interna sobe 12,3%.

Serviços mínimos


Ouvido a propósito da greve geral, Cavaco afirmou que não deixou de trabalhar por ter de receber o Presidente da Colômbia e esclareceu que não deixou de o fazer para que, no futuro, haja crescimento do PIB e o desemprego seja menor.

De uma penada, Cavaco revelou que ignora completamente a Constituição da República — será que ele pensa que poderia fazer greve? — e confirmou aquilo de que todos os portugueses já suspeitam há muito: está em serviços mínimos para todos os efeitos.

Como todos já reparámos, esses serviços mínimos abrangem as felicitações a vencedores de provas desportivas e laureados por trabalhos científicos ou artísticos e as audiências de Estado. Quanto ao resto, tirem o cavalinho da chuva os que ainda esperam um Godot qualquer vindo de Belém.

Greve geral

Brueghel retrata a primeira greve a um assalto fiscal

‘É o desmantelamento do edifício de coesão e direitos sociais que demorou 30 anos a construir. Se em algum momento houve razões para protestar e fazer uma greve geral é agora. A maior greve geral e a que teve mais êxito, da democracia foi feita no período em que eu governava. Ainda que não goste das greves gerais e que nem quem as convoca gosta delas, há motivos suficientes para paralisar o país’.