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sábado, novembro 14, 2015
terça-feira, outubro 27, 2015
A tempestade de Schäuble
- «(…) o compromisso da Alemanha com "regras" que são incompatíveis com a sobrevivência da zona euro prejudica os políticos franceses e italianos, que esperavam, até há pouco, uma aliança com a maior economia da Europa. Alguns, como Renzi, respondem com atos de rebeldia cega. Outros, como Macron, estão a começar a aceitar melancolicamente que o atual quadro institucional da zona euro e a sua combinação de políticas acabarão por levar ou a um rompimento formal ou a uma morte lenta sob a forma de divergência económica continuada. (…)»
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quarta-feira, agosto 26, 2015
Cassete contrafeita
É impressão minha ou Durão Barroso, ao dar uma versão distinta da origem da crise do euro, desmontou a tanga que Passos Coelho e Paulo Portas vêm repetindo há quatro anos, e que Maria Luís Albuquerque despejou, uma vez mais, na «universidade» de Verão do PSD? A esta hora, os meninos da JSD deverão estar completamente confundidos.
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sábado, agosto 01, 2015
De mentira em mentira
• Pedro Silva Pereira, A confusão:
- «Vergonhosamente desmentido pelo próprio presidente da Comissão Europeia quanto à atitude de Portugal na crise da Grécia, Passos Coelho acusa Jean-Claude Juncker de fazer "confusão". Já vimos este filme: ele está sempre certo, os outros é que estão confusos.
Convém lembrar que a história desta legislatura começou, justamente, com uma mentira de Passos Coelho. Como se recordarão, em Março de 2011, no auge da crise das dívidas soberanas, o Governo socialista tinha conseguido obter em Bruxelas o apoio dos parceiros europeus e do BCE para o chamado PEC IV, um programa de consolidação orçamental moderado mas necessário para poupar Portugal ao doloroso pedido de ajuda externa. Passos Coelho, porém, viu aí uma fantástica oportunidade de chegar ao poder e, indiferente às consequências, preferiu provocar uma crise política, provocando a demissão do Governo minoritário socialista. Para o sucesso eleitoral dessa operação, Passos precisava de um argumento forte, capaz de justificar a conivência silenciosa do Presidente da República e de suscitar a profunda indignação dos eleitores.
Foi então que, com o maior dos descaramentos (lembram-se?), Passos resolveu inventar que só tinha sido informado das linhas gerais do PEV IV através de um simples "telefonema" do malvado primeiro-ministro socialista. Caiu o Carmo e a Trindade: um "escândalo!", uma "deslealdade institucional!", haveria de gritar a direita, numa campanha furiosa. Soube-se, depois, que era tudo mentira: afinal, antes da apresentação do PEC IV em Bruxelas, o próprio Passos Coelho, como líder da oposição, tinha sido convidado para ir ao Palácio de S. Bento e ali esteve, em pessoa, numa reunião de várias horas (!) com o primeiro-ministro, que lhe deu toda a informação disponível. De tão reveladora, esta história, absolutamente verdadeira, vale bastante mais do que mil palavras. E devia ter-nos preparado para o que viria a seguir.
Não é por acaso que esta legislatura termina exactamente como começou, com Passos Coelho constantemente apanhado em explicações falsas ou trapalhonas e a ser vergonhosamente desmentido, em Portugal e no estrangeiro. Por cá, é o permanente "martelar" dos números do emprego, a despudorada negação da estratégia de empobrecimento e do apelo à emigração dos jovens (que tenta agora transformar num mero "mito urbano"), a narrativa aldrabada sobre as contas alegadamente "mal feitas" do memorando inicial (apesar de validadas pelo Eurostat...) para justificar a sua própria opção pela austeridade "além da troika" e as desculpas esfarrapadas para o falhanço colossal que é o enorme aumento da dívida pública nos últimos quatro anos (que disparou para os 129,6% do PIB).
Mas, de entre todos, não haverá embaraço maior do que os sucessivos desmentidos que os principais responsáveis europeus têm vindo a fazer sobre as declarações de Passos Coelho quanto ao papel de Portugal na crise da Grécia. Na semana passada, foi o presidente do Conselho Europeu, o polaco Donald Tusk - também andará confuso? - que se lembrou de vir explicar, com grande detalhe, que, por acaso, a ideia que esteve na base da solução para o último ponto do acordo com a Grécia foi originalmente sugerida pelo primeiro-ministro da Holanda, não por Pedro Passos Coelho. Esta semana, foi a vez do próprio presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, que veio arrasar a versão idílica de Passos Coelho sobre a pretensa "unanimidade" no Eurogrupo e sobre a alegada atitude "generosa e construtiva" de Portugal nas negociações, revelando que o próprio Passos Coelho se opôs, por mero calculismo eleitoral, a um compromisso calendarizado para resolver o problema estrutural da dívida grega. É caso para dizer que entre as eleições e a Grécia, Passos não teve dúvidas: que se lixe a Grécia!
É certo, o Presidente da Repúbica, com aquele apurado sentido de isenção que se lhe reconhece, apressou-se a vir em defesa do Governo. E não fez a coisa por menos: a versão de Juncker "não corresponde à informação que me foi dada", garantiu ele. Dada por quem? Infelizmente, isso não disse. Mas como o Presidente da República, ao contrário de Juncker, não esteve lá, pode sempre acontecer que esteja a fazer alguma confusão.»
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Contas à moda de Passos
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domingo, julho 19, 2015
Uma pedrada no charco
Estava a ler o livro quando dei por mim a pensar que não há muitos livros sobre a economia portuguesa. Salvo honrosas excepções, chego à conclusão de que os economistas portugueses (e as suas universidades) se demitiram de procurar soluções alternativas à política austeritária: uns porque se transformaram em meros propagandistas da TINA (There Is No Alternative), outros porque se estiolam em debates que não transpõem os muros das universidades. Até por isso a obra de Ricardo Paes Mamede é uma pedrada no charco.
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Da série "Frases que impõem respeito" [939]
Então teríamos de fazer o mesmo com a Itália, Espanha, Portugal.
- Sigmar Gabriel, vice-chanceler e ministro da Economia da Alemanha, que recusa a proposta de Schäuble de afastar a Grécia da zona euro, mas que coloca Portugal, apesar da brutal austeridade dos últimos quatro anos, a correr na mesma pista dos gregos
sábado, julho 18, 2015
E serviu para quê?
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O princípio do fim da Europa
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É perigoso ficar já "farto" de falar da Grécia
- «(…) Hoje não foi a senhora Le Pen que foi dizer aos eleitores que devem ser egoístas se são ricos e submissos se são pobres. Foram Passos Coelho e Cavaco Silva, em Portugal, foi Rajoy em Espanha, foi Dijsselbloem na Holanda, foi Merkel na Alemanha, foram partidos e governantes como os antigos Verdadeiros Finlandeses, que até há pouco tempo eram esconjurados pelos europeístas e agora são eles que dão o tom à “Europa”. (…)»
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sexta-feira, julho 17, 2015
Uma explicação fundamentada sobre a situação na Grécia
João Galamba no Frente a frente da SIC Notícias
(via Sítio com vista sobre a cidade)
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quinta-feira, julho 16, 2015
Da série "Frases que impõem respeito" [936] (número duplo)
A Grécia é e continuará a ser um membro da zona euro.
É necessário um alívio de dívida.
- Mario Draghi, em resposta a Schaüble, recordando ao ministro das Finanças alemão que existe um tratado e que nos seus termos ele, enquanto presidente do BCE, tem «um mandato para cumprir»
Qual tem sido a posição do governador do Banco de Portugal?
| — Ó Sr. Governador, já sabe que o Draghi exasperou o nosso amigo Schäuble? Que topete! |
- «Já conhecemos o vergonhoso comportamento do governo português em relação à Grécia. Depois das declarações de Draghi - em que este acusa alguns países, nomeadamente a Alemanha, de quererem expulsar a Grécia do euro, violando o mandato do BCE - era importante conhecer o que tem feito e como tem votado Carlos Costa. O país tem direito a saber.»
- João Galamba, no Facebook
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O Syriza já está destruído, podemos agora salvar a Grécia?
Grande artigo de Pedro Santos Guerreiro no Expresso: O Syriza já está destruído, podemos agora salvar a Grécia? Eis uma passagem:
- «Chegará o momento em que tiraremos as mãos das carteiras e as poremos na consciência. Chegará o momento em que já não veremos os ricos que roubaram mas os pobres que ficaram. Em que não quereremos ressarcimento mas reparação. Em que perceberemos que não se pede sequer solidariedade, mas piedade. Em que nem os sádicos se divertirão com a espetáculo degradante dos políticos gregos. A União Europeia foi longe de mais na violência estéril e vingativa. Para destruir o Syriza está a ceifar-se um povo. Já não é indignação, é súplica: SOS Grécia. E se tudo o resto falhar, apele-se à inteligência, que não é de esquerda nem de direita, pois é preciso mudar aquele plano que, além de horrível, é burro, é mau, é pior para todos. (…)»
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quarta-feira, julho 15, 2015
A boa notícia sobre a noitada de Bruxelas
• Ferreira Fernandes, A boa notícia sobre a noitada de Bruxelas:
- «A única boa notícia sobre a noitada de Bruxelas é que vai haver mais noitadas destas. O problema da Grécia foi empurrado com a barriga por líderes extenuados. Tão extenuados que o seu esgotamento dá alguma credibilidade à hipótese de terem ouvido uma ideia de Passos Coelho. Só de pensar nessa hipótese dá ideia da deriva da Europa. (…)»
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terça-feira, julho 14, 2015
«Por acaso foi uma ideia minha»
| Il Sole 24 Ore |
Se dúvidas houvesse sobre a forma como decorreu a última reunião do Conselho Europeu, Pier Carlo Padoan, ministro das Finanças italiano, desvaneceu-as: no final, «apenas nós, os franceses e o pequeno Chipre estávamos lá para atingir um compromisso», tendo os restantes países da zona euro ficado ao lado da Alemanha na «posição mais dura» para a Grécia.
Varoufakis confirma o alinhamento constante do governo português com as posições de Schäuble. E refere que a circunstância de Portugal surgir entre «os mais enérgicos inimigos» da Grécia tem uma explicação simples: «se nós conseguíssemos negociar com êxito um acordo melhor, isso liquidá-los-ia politicamente: teriam de explicar ao seu próprio povo por que não negociaram como nós fizemos».
Conhecendo-se agora o modo como decorreu a reunião do Conselho Europeu, o facto de Passos Coelho ter vindo reclamar os louros do desbloqueamento do acordo com a Grécia dá-nos a medida exacta da natureza do pantomineiro que se alçou a São Bento há quatro anos.
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segunda-feira, julho 13, 2015
A nossa tragédia
• João Galamba, A nossa tragédia:
- «Presos às mentiras que andaram a contar aos seus eleitorados desde 2010, incapazes de reconhecer que os dois programas de ajustamento grego falharam por uma questão de conceção, e não de execução, há um conjunto de líderes europeus que não concebe outra forma de tratar os gregos se não através da sua derrota ou, em casos mais extremos, na sua total capitulação. Não há qualquer racionalidade económica, muito menos social, neste processo. São, na maioria dos casos, razões de política interna nacional.
A tragédia a que estamos a assistir começou com uma mentira. Não falo do facto dos gregos terem mentido sobre o real estado das suas contas públicas, mas de tal ter sido usado como desculpa para transformar aquilo que era uma crise bancária europeia, de natureza sistémica, numa crise de orçamental em alguns países incumpridores, que tinha uma natureza moral e comportamental e que só podia ser curada através de doses cavalares de austeridade. Essa mentira impôs custos desnecessários à Grécia e a todos os países sujeitos a programas de ajustamento e, como os acontecimentos dos últimos dias tornaram evidente, causou e continua a causar danos irreparáveis à credibilidade do projeto europeu.
Ninguém questiona que a Grécia precisa de reformas e que tem graves problemas económicos e institucionais. É certo que a atual arquitetura institucional da zona euro não está feita para lidar (de forma justa e equitativa) com conflitos redistributivos entre Estados-membros. Mas uma coisa é ter uma discussão séria, realista e ponderada sobre esse tema, outra coisa inteiramente diferente é tudo o que se tem vindo a passar. A situação é e seria sempre complexa. Mas nada justifica o que se tem passado, nada justifica o comportamento de alguns países e o nível de humilhação infligido à Grécia.
A tensão, ou mesmo contradição, entre mandatos democráticos é um facto que não podemos ignorar Mas não há, porque não pode haver, qualquer mandato democrático para humilhar outra democracia, sobretudo se essa democracia for um parceiro europeu. Esse é, ou devia ser, um dever absoluto entre parceiros num projeto político. A proposta de Schauble, apoiada por vários países, viola esse princípio elementar da relação entre parceiros políticos, degrada quem a apresenta e, infelizmente, acaba por degradar (ainda mais) o projeto europeu. Mesmo que seja travada, o mero facto de ter sido apresentada é suficientemente grave e revelador da enorme crise política e institucional em que vive a moeda única. É uma proposta ofensiva que só pode ser repudiada. Não por compaixão com a Grécia, mas por respeito por qualquer ideia de projeto europeu que mantenha níveis mínimos de respeitabilidade e decência democrática.»
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domingo, julho 12, 2015
A crise segue dentro de momentos
• Teresa de Sousa, A crise segue dentro de momentos:
- «1. Seja qual for a decisão do Eurogrupo e do Conselho Europeu, a crise grega não acaba hoje. Haverá apenas um intervalo para que toda a gente possa respirar fundo.
Seguir-se-á a negociação (a proposta grega é apenas uma base negocial) e os próximos dias serão marcados pelos debates em alguns parlamentos nacionais, incluindo o Bundestag, que têm de aprovar um novo resgate, se os líderes derem hoje luz verde às negociações. Será um retrato quase perfeito do estado em que se encontra a União Europeia, os estragos que sofreu nos últimos cinco anos e quão longe ainda está de encontrar uma forma de vencer a crise, não apenas a da Grécia ou da dívida, mas dos efeitos políticos que ela provocou. No seu último artigo no Guardian, Timothy Garton Ash dizia que, “com 28 versões da Europa” não admira que haja “visões nacionais incompatíveis.” Na maioria dos casos, alimentadas pelos líderes políticos nacionais.
Quando tudo começou há cinco anos, precisamente na Grécia, a Europa não encontrou uma resposta “europeia” para os desafios que tinha pela frente, muitos deles directamente resultantes da crise financeira mundial seguida da Grande Recessão, outros da crescente desordem internacional. Porquê? Por mais voltas que se dêem, a Alemanha está no centro desta indefinição. Tergiversou entre a tentação hegemónica, aproveitando a crise para reconstituir uma união monetária muito mais alemã, e o interesse em preservar a Europa, que lhe serviu sempre bem desde o início da integração. Fez um longo percurso mas ainda não chegou ao fim da estrada. Os silêncios de Merkel, as opiniões de Wolfgang Schäuble e, sobretudo, a crença dos alemães de que os países do Sul não merecem qualquer ajuda, criam agora um clima adverso a qualquer decisão mais “europeia” que a chanceler queira tomar. A sua liderança será definitivamente posta à prova. Os alemães vão ter de perceber um dia destes que uma Europa totalmente alemã é uma impossibilidade: a História já lhe ensinou isso por duas vezes com custos trágicos. Os países do Norte, mais ricos e mais “alemães”, alimentaram uma versão preconceituosa da Europa, que agora está a ser explorada pelos partidos nacionalistas. Quando os Bálticos olham para a Grécia e rejeitam qualquer ajuda, alegando que são mais pobres, ninguém lhes diz que a Grécia é fundamental para enfrentar a ameaça que mais temem: a Rússia. A Sul, o Governo português exige, no mínimo, o mesmo grau de dureza que lhe foi imposto pela troika. Não é uma questão de justiça, é apenas uma questão de eleições. Não há um sentimento comum de pertença. Apenas desconfiança mútua. Recomeçar a partir daqui vai ser muito difícil.
2. Quando hoje os líderes decidirem da sorte da Grécia, a França quer estar de regresso ao centro político da Europa. François Hollande descolou da chanceler, discretamente entenda-se, para assumir o papel de garante da integridade do euro. Quer ser o salvador da Grécia. O Eliseu não confirma, mas toda a gente sabe que pôs à disposição dos gregos os recursos humanos necessários para elaborar uma boa proposta. É ele quem tem insistido nos últimos dias que se trata também da credibilidade europeia perante os seus grandes parceiros internacionais. Para a França, a austeridade falhou rotundamente na Grécia, não apenas por culpa dos gregos mas porque o modelo desenhado em Bruxelas, Frankfurt e Washington esqueceu-se de levar em atenção a realidade de cada país. As reformas ficaram por fazer, os cortes cegos resolveram pouco, a ausência de um Estado moderno impediu a colecta de impostos. É bom lembrar que a culpa não foi do Syriza. Foi, em primeiro lugar, da Nova Democracia, partido irmão da CDU de Merkel, que arrastou os pés quando os interesses da sua clientela foram postos em causa. É sua a responsabilidade de ter alterado as contas enviadas para Bruxelas. O Pasok andou lá perto. Os gregos votaram Syriza porque já não tinham alternativa. É legítimo perguntar em que Alexis Tsipras se deve acreditar. No que mudou de opinião como quem muda de camisa e que convocou um referendo para rejeitar as últimas propostas da troika? Ou aquele que entregou a Bruxelas uma proposta negocial que é basicamente igual à que o referendo rejeitou? Depois de cinco meses a “empatar” e a radicalizar, Alexis Tsipras terá percebido que, ou consegue governar de forma a melhorar as expectativas dos gregos ou os mesmos que agora votaram nele votarão contra ele. É esta primeira regra da democracia e não a realização de um referendo, que convocou apenas para melhorar a sua margem de manobra, não em Bruxelas mas no seu próprio partido.
3. A questão agora é saber o que fará Berlim. Angela Merkel vai ter de quebrar o silêncio. O seu ministro das Finanças não se dá sequer ao trabalho de disfarçar o seu desagrado com esta última oportunidade dada à Grécia. O seu comportamento, por vezes insuportavelmente arrogante, revela uma visão da Europa muito pouco consentânea com aquela que defendeu quando era o braço direito de Helmut Kohl. É desta Alemanha que a Europa não precisa. Bastaria prestar alguma atenção à desordem internacional para perceber até que ponto Berlim continua a precisar da Europa (e dos Estados Unidos). Um mundo em desordem pode ser fatal para um país que é o maior exportador mundial em termos absolutos (maior do que a própria China). Até por isso, a cegueira alemã é incompreensível. Merkel tem um partido dividido entre a conciliação e a saída. Seja qual for a sua decisão que tome, ela implica um risco político e terá custos. Aprendeu que nem tudo se resume à economia e sabe que há a Rússia e a bolha do mercado de acções chinês. Terá de agir em conformidade.»
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sábado, julho 11, 2015
'It's the Final Countdown'
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quinta-feira, julho 09, 2015
«A construção europeia é já kafkiana»
| Schäuble para Varoufakis no Eurogrupo: «Quanto dinheiro quer para sair do euro?» |
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