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sábado, abril 05, 2014

Ainda o complexo de Napoleão

Se a opinião de Vítor Gaspar «é muito semelhante à de Alexander Hamilton», então o ex-procônsul dos credores externos no Terreiro do Paço pode ser contra o default (como o primeiro secretário de Estado do Tesouro dos EUA), mas tem de concordar com a mutualização da dívida a nível europeu e com os eurobonds, porque foi isso que Hamilton fez. Alexander Hamilton era contra a reestruturação da dívida porque defendia a federalização de tudo.

Infelizmente, o ex-ministro das Finanças só acompanha a primeira parte do que defendeu Hamilton, não a segunda. Se Vítor Gaspar tivesse sido secretário de Estado do Tesouro dos EUA, a coisa teria implodido.

sexta-feira, março 15, 2013

A espiral de empobrecimento e os demónios da guerra

• José Manuel Pureza, Os demónios:
    ‘(…) Juncker nem sabe a razão que tem! Perante a vertigem da transformação da violência social em guerra, a Europa unida de hoje é demasiadamente parecida com a Europa segmentada de há um século. Ora, se isto é trágico, o que é mais trágico ainda é que Juncker - e, com ele, toda a elite económica e política que tem governado a Europa - pareça(m) ignorar que foi também pela sua mão que os demónios da guerra acordaram do torpor. Num exercício de candura tocante, ele diz que a razão de ser da "união económica e monetária sempre foi consolidar a paz", algo que só fica por cumprir porque "demasiados europeus estão a voltar a um espírito regional ou nacional". Alguém explique a Juncker que o nacionalismo não é uma questão de mau feitio nem nasce do vazio. Alguém lhe explique - e às elites de que ele é porta-voz - que, há cem anos como agora, o nacionalismo foi o refúgio de massas imensas acossadas por políticas de empobrecimento e humilhação. E que são essas políticas - de que Juncker, Barroso, Merkel e o centrão europeu têm sido intérpretes primeiros - que nos estão a atirar de novo para as mãos dos demónios da guerra.

    Pôr em alternativa nacionalismo e federalismo é um truque. Porque tanto alimenta os demónios da guerra um nacionalismo de portas fechadas como um federalismo que, sob a capa da "supervisão económica e orçamental", amarra os povos a uma austeridade sem fim. Um e outro alimentam-se da mesma espiral de empobrecimento e criam um monstro social pronto a explodir em violência bruta.’