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quarta-feira, outubro 29, 2014

No Blasfémias II

    «EXORCIZAR FANTASMAS ?| De vez em quando passo os olhos pelo Observador - esse "santuário" online da direita à portuguesa. Li os últimos dois textos de opinião publicados hoje. Um de Gabriel Mithá Ribeiro; o outro de Maria João Marques. Ambos acusam a "esquerda" de qualquer coisa. O primeiro termina assim "Mais ou menos como no tempo de Salazar". O segundo termina assim: "Já Salazar pensava assim." Estarão a cumprir um "protocolo de estilo" ou a exorcizar os seus fantasmas?»

sexta-feira, abril 11, 2014

Estado quase novo

• Fernanda Câncio, Estado quase novo:
    «(...) Nada disto é novidade, tendo em vista o que se ouve em fóruns radiofónicos e televisivos? Certo, mas evidência científica é outra coisa. Concluir disto o quê? O típico colunista/taxista português assacará, enojado, a "culpa" aos "políticos", essa raça de malandros que, claro, só medra na democracia (Salazar devia ser limpa-chaminés) e "deu cabo dela". Eu, perdoem, culpo a democracia. Esta nostalgia vingativa, que valoriza um passado miserável para desvalorizar o presente, esta espécie de iliteracia dos direitos é, paradoxalmente, obra dela. Mudou-nos tanto e tão completamente, fez--nos tão outros, tão outro País, permite-nos tomar tanta coisa por certa que já não somos, como comunidade, capazes de imaginar (ou lembrar, que é imaginar) o que é estar ou ser sem. Voltar atrás é tão impensável que podemos até brincar, namorar com isso.

    Cuidado, porém: todos os impensáveis sucedem também por ninguém acreditar que sejam possíveis. Os impensáveis bons, como o 25 de Abril, e os outros.»

domingo, novembro 10, 2013

La financiación de la guerra civil española


¿Quién financió la Guerra Civil?:
    (…) Portugal. "La ayuda del Gobierno de Portugal a la sublevación fue realmente importante y generosa. Aunque dada, la limitación de recursos que Portugal disponía, esa ayuda fue, en su volumen y regularidad, muy inferior a la ayuda prestada por italianos y alemanes", escribe el autor. No obstante, la ayuda de Portugal, ya en manos de Salazar, fue "muy oportuna y notablemente eficaz". Especialmente durante las críticas primeras semanas.

    El gobierno portugués puso a disposición de los militares golpistas todo tipo de recursos financieros, créditos por parte de bancos portugueses, pero también una amplia protección política y diplomática. "Así, queda constancia de que en 1937 y desde el Banco Espíritu Santo de Lisboa, se comunicaba a 37 representantes diplomáticos españoles que les remitían unas determinadas cantidades económicas".

    También ayudó Portugal en el suministro de armas al bando rebelde. Portugal se convirtió de hecho en el receptor formal de armas por cuenta de Franco. "De tal manera que Portugal salió de la insignificancia como consumidor de armamento, para ocupar en la lista de clientes de la industria bélica alemana el tercer lugar mundial y el primer europeo", explica. Asimismo, la ayuda portuguesa fue también muy importante en cuanto al suministro de infraestructuras y servicios. El territorio portugués se convirtió en la retaguardia de apoyo logístico ya que servía de comunicación de la zona en manos de los militares golpistas, que había quedado partida en dos tras el fallido golpe de Estado.

    (…)

    Sociedade Geral de Comércio, Industria e Transportes Limitada. Este holding de empresas portugués dispuso de un crédito de hasta un límite de 175.000 libras esterlinas para los golpistas el 8 de agosto de 1936 con un interés del 5,5% anual.

    (…)

    Caixa Geral de Depósitos. La entidad bancaria portuguesa concedió un crédito hasta el límite de 50 millones de escudos portugueses el 28 de febrero de 1939 con un interés del 4% anual.

segunda-feira, outubro 07, 2013

O n.º 2 do CDS revela o seu amor perene por Salazar


Nuno Melo: Governo PS foi "o pior Governo de Portugal desde o fim da I República".

(Não se trata de uma gaffe, porque o vídeo está orgulhosamente em destaque na página do CDS.)

sexta-feira, agosto 23, 2013

O ovo da serpente


É um mistério os motivos pelos quais Gonçalo Portocarrero de Almada, cabecilha doméstico do Opus Dei e sacerdote às ordens de Duarte de Bragança, é colaborador regular do Público e do i, chegando a publicar o mesmo artigo em ambos os jornais com um intervalo de poucos dias (v.g., aqui e aqui). Os argumentos caquécticos a que recorre podem provocar mais chacota do que aversão, mas vale a pena ler o seu artigo na edição de hoje do Público com alguma atenção, porque ele simula a leste (a oposição ao “direito ao aborto”) para atacar a oeste (a defesa da brandura do Estado Novo).

A tese de licenciatura de Álvaro Cunhal sobre o aborto é o pretexto que Portocarrero de Almada engendrou para sustentar que Salazar era tão aprazível na condução dos negócios da pátria que até permitiu ao jovem Cunhal apresentar, “numa faculdade da universidade estatal, uma tese em que não só faz a apologia do sistema soviético, como também defende abertamente a prática do que a legislação penal, então vigente, considerava um crime.”

E, ufano, Portocarrero de Almada conclui: “Graças, portanto, ao dr. Cunhal, há que reconhecer que, não obstante o inegável e censurável carácter autoritário do antigo regime, havia também, ao contrário do que pretende uma certa historiografia moderna, alguma liberdade de opinião e de expressão nos meios universitários. Até porque, como se costuma dizer, contra factos não há argumentos.”

Apetece abanar a cachimónia do padre do Opus Dei e recordar-lhe que Cunhal estava preso quando foi fazer exame. E como “contra factos não há argumentos”, lembrar-lhe ainda o vasto número de professores expulsos das universidades portuguesas por motivos políticos durante o Estado Novo.

O artigo que o Público hoje acolhe retoma a questão de saber se o Estado Novo foi um regime mais ou menos adocicado, tema que animou as páginas do jornal há um ano — na sequência da publicação da História de Portugal de Rui Ramos em fascículos (brinde de Verão do Expresso). Portocarrero de Almada escolhe um dos lados da barricada e envolve Rui Ramos na sua opção, fazendo-lhe uma dedicatória no artigo: “Para o Prof. Rui Ramos, com admiração e estima”. Rui Ramos, que reagiu tão prontamente contra os pontos de vista de Manuel Loff, tem agora a palavra. Ou não.

terça-feira, maio 07, 2013

O regresso dos exames da 4.ª classe do 4.º ano


100 mil alunos da 4.ª classe do 4.º ano fizeram hoje exame da disciplina de Português, que decorreu em estabelecimentos de ensino público. O exame substitui a prova de aferição, que se realizava nas escolas onde os alunos estão inscritos. A prova durou mais de duas horas e foi vigiada por professores do ensino secundário que não leccionam a disciplina em causa. Os alunos, na sua maioria com nove anos, tiveram de previamente assinar um termo de responsabilidade a comprometerem-se a não utilizar o telemóvel no decurso do exame.

segunda-feira, março 11, 2013

O que andei a ler


Lê-se muito bem e tem alguns ensinamentos que nos podem ser úteis.

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Concorrência desleal

A Braval é uma empresa multimunicipal que faz o tratamento dos resíduos sólidos de alguns concelhos do Minho. O volume de resíduos recolhidos pela Braval diminuiu em 2012 relativamente ao ano anterior. Esta redução, que acontece pela primeira vez, fez soar os alarmes. Segundo o Público, um administrador da empresa manifestou-se “extremamente preocupado”, atribuindo a quebra que se verifica ao “crescente roubo” de resíduos dos contentores da via pública, pelo que reclama que os regulamentos municipais passem a prever coimas para punir estes comportamentos. E, num desabafo, acrescentou: “Parece que estamos a voltar ao tempo dos ‘catadores de lixo’, uma situação própria de países do terceiro mundo.” Salazar também não gostava de ver pedintes nas ruas.

quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Ainda a História de Portugal de Rui Ramos em fascículos
(brinde de Verão do Expresso)

André Freire regressa à História de Portugal de que Rui Ramos é co-autor, questionando se o que foi escrito sobre o Estado Novo configura uma “normalização da ditadura” ou um “revisionismo de fraca qualidade”. Aqui fica uma passagem do extenso artigo na edição de hoje do Público, que merece ser lido na íntegra:
    ‘No que respeita ao debate ML [Manuel Loff] vs. RR [Rui Ramos], comecemos pela forma. Uma das coisas que impediram que a discussão fosse, amiúde, um verdadeiro debate sobre a historiografia do Estado Novo, foi a arrogância de RR e de alguns dos seus apoiantes. RR, que nunca nomeou ML (!), alegou estar a ser alvo de "difamação" para evitar discutir muitos dos argumentos apresentados por ML. Os seus co-autores, cujo trabalho não estava em debate (só os volumes 7 e 8, da autoria de RR, eram alvo de controvérsia), reforçaram: ML seria um "falsificador", porventura simpatizante do estalinismo. Filomena Mónica acusou ML de proferir "mentiras", de ser "estúpido" e de ter simpatias comunistas para desqualificar os seus argumentos; "a cereja no cimo do bolo" foi a defesa que fez da desejabilidade de o PÚBLICO censurar ML. Quer RR quer ML são investigadores/professores de categoria profissional equivalente em duas das instituições nacionais mais prestigiadas nas CS&P, e têm ambos um CV de qualidade reconhecida, nacional e internacionalmente. Não colhem, por isso, as tentativas de assassinato de carácter que RR e os seus apoiantes tentaram operar sobre ML. Por outro lado, outros eminentes historiadores (Fernando Rosas, Luís Reis Torgal, outros) vieram reconhecer como pertinentes pelo menos algumas das críticas de ML (sobre "normalização do Estado Novo" e/ou "desculpabilização da ditadura"). Também Irene Pimentel (IP) contestou a ideia do Estado Novo como uma "ditadura moderada", aproveitando ainda para desmentir a ideia da "inexistência de saneamentos políticos gerais" (ideias veiculadas por RR). Finalmente, Diogo Ramada Curto desmontou como falsa a ideia de que a guerra colonial teria sido (comparativamente) pouco mortífera. Mas este debate foi conduzido com elevação por alguns dos apoiantes de RR, nomeadamente Pedro Mexia e Pedro Lomba (PL), ainda que, por vezes, de forma paradoxal. PL acusou ML de banalizar a palavra fascista. Todavia, lendo e relendo os artigos de ML, jamais se encontra tal palavra. Pelo contrário, António Araújo, apoiante de RR na contenda, foi lesto em classificar num blogue o livro (nacional e internacionalmente premiado) de São José Almeida, Os Homossexuais no Estado Novo, como "um livro fascista". Outro paradoxo foi a insinuação de RR de que estaria a ser alvo de perseguição política (PÚBLICO, 6/9/12). Porém, foram os detractores de ML que usaram e abusaram das preferências políticas (reais ou presumidas) deste para desqualificarem os seus argumentos; ninguém se referiu às preferências de RR (alinhadas com a direita ultraliberal) para desqualificar os seus argumentos.’

domingo, janeiro 20, 2013

Un melancólico heredero sin trono

Duarte Pio de Bragança ao diário El País: “Salazar nunca pidió prestado.”

sábado, dezembro 29, 2012

Os dois amores do Pedro


Um é S. R. Nathan, ex-presidente do regime autocrático de Singapura, que escreveu um livro “bastante inspirador”. O outro é o ditador de Santa Comba Dão, cuja biografia, vá lá saber-se porquê, ele bem tentou esconder dos olhares mais indiscretos (mas que não escapou ao José). Aos poucos, vamos conhecendo as personagens que inspiram o Pedro.

domingo, dezembro 02, 2012

Felizmente há Sol!

• Fernanda Palma, Felizmente há Sol!:
    ‘Há um cheiro a morte, a suicídio e a atentado contra a vida no ar de Portugal. Ainda esta semana surgiu a notícia de que poderá haver novos cortes nas pensões – incluindo as mais baixas – e nos salários. Anuncia-se, igualmente, a retração do serviço nacional de saúde e o ensino está a deixar de ser tendencialmente gratuito, contra o que prescreve a Constituição.

    Pelos rostos das pessoas perpassa o pessimismo. Os responsáveis políticos não desenham quaisquer perspetivas de solução para as nossas vidas e para a crise generalizada em que o país mergulhou. A "grande" discussão política parece centrar-se na escolha do tipo de definhamento do Estado social com o qual os cidadãos melhor se podem conformar.

    Devem ser sacrificadas as pessoas mais idosas ou mais jovens? Devem ser preteridos os aposentados ou os desempregados? Vamos regressar à esperança de vida ou aos níveis de analfabetismo de há quarenta anos? É preferível sobrecarregar com sacrifícios os funcionários ou atingir todos os trabalhadores? Tudo se passa como se não houvesse alternativa.

    Em ‘Felizmente há Luar’, Sttau Monteiro baseou-se numa situação ocorrida em 1817, que compreendeu uma tentativa de revolta liberal e o posterior enforcamento de Gomes Freire de Andrade. O luar permitiria, segundo D. Miguel, que melhor se visse a punição dos revoltosos. Mas para Matilde, personagem feminina, o luar simbolizava o triunfo sobre a opressão.

    Escrita em 1961, esta peça de Sttau Monteiro só pôde ser encenada em Portugal depois da revolução, porque o antigo regime a compreendeu, corretamente, como uma denúncia da ditadura. Com efeito, a peça foi concebida como um hino de esperança na libertação de uma sociedade oprimida. O luar que felizmente havia era, contra tudo, o garante dessa esperança.’